sexta-feira, maio 03, 2024

 

6ª feira da 5ª semana da Páscoa, S. Filipe e S. Tiago, apóstolos

 




Cristo apareceu a Tiago e depois a todos os 

Apóstolos. (cf. 1 Cor 15,1-8)

 

Cristo manifesta-se vivo aos que O conhecem

e O procuram com esperança e sedentos de verdade.

Filipe foi encontrado por Jesus e segui-O,

chamando Natanael a fazer o mesmo,

pois encontrou o Messias que procurava.

Mas Filipe queria conhecer o Pai

e Jesus diz-lhe: “Quem me vê, vê o Pai”!

Tiago, filho de Alfeu, era parente de Jesus,

mas reconheceu-O mestre e deu a vida por Ele.

Tiago ensinou-nos que a verdade deve subter-se à caridade!

 

Deus revela-se por mediações e Jesus é o caminho seguro para Deus.

As pessoas que viram Jesus na sua vida,

aprenderam a acreditar que o Céu estrelado continua,

mesmo quando a luz do sol ou as nuvens não as deixam ver.

Há pessoas que são inspiradoras e, pela sua fé em Deus,

fazem-nos ver o que não conseguimos ver.

Um santo, pela sua piedade e pela sua compaixão,

inspira paz e confiança, na coerência entre o que prega e o que vive.

De certa forma podemos dizer que quem vê um santo vê Jesus

e a sua presença inquieta o egoísmo em que enrolamos.

E o que é ser “cristão” senão imitar Jesus nos seus sentimentos?

 

Senhor Jesus, bendito sejas porque Te fizeste Homem

para nos mostrar quem é Deus em linguagem mortal.

Espírito Santo, dá-nos o dom da profecia e da fé,

para que a nossa vida se possa tornar num livro aberto,

onde todos possam ler a alegria do Evangelho e da esperança.

S. Filipe, coração inquieto e sedento de ver o Invisível,

reza para que não nos acomodemos nem desanimemos de buscar

a verdade que nos salva e que desceu do Céu como dom de amor.

S. Tiago, testemunha da ressurreição, reza por nós,

para que sejamos cristãos fecundados pela experiência da fé

e animados pela proclamação da verdade na caridade.



quinta-feira, maio 02, 2024

 

5ª feira da 5ª semana da Páscoa, S. Atanásio

 



Deus, ao conceder-lhes o Espírito Santo como a 

nós, não fez qualquer distinção entre nós e eles, 

porque purificou os seus corações pela fé. (cf. At 15,7-21)

 

Deus olha-nos como jardineiros de um grande jardim,

belo e diverso, e igualmente querido,

pois todo ele é obra das suas mãos.

O seu Espírito inunda a terra inteira

e o seu Filho foi enviado para salvar a todos, todos, todos.

Nesta obra de redenção, a aparência e o lugar não interessam,

o importante é a verdade na caridade, e a fé que purifica e une,

numa comunhão de Igreja que fala diversas línguas.

 

A globalização está a ajudar-nos a redescobrir a Igreja

e a destruir preconceitos em relação à cor da pele

e ao lugar onde se nasceu e cresceu.

Cada vez mais há lideranças de países e instituições internacionais

que são escolhidos e se afirmam,

apesar de serem oriundos de países ditos subdesenvolvidos.

Na história da Igreja recente estão a ser dados passos no mesmo sentido,

primeiro um papa polaco, depois um alemão e agora um argentino…

e já se fala, com naturalidade, que o futuro papa poderá ser

africano ou asiático… que importa de onde vem?

O importante é que nele se manifeste a ação do Espírito Santo,

a fé apostólica e o desejo de construção da comunhão e da missão.

 

Senhor, bendito sejas porque nos destes irmãos tão diferentes

que vêm enriquecer a nossa Igreja e a nossa experiência de fé.

Dá-nos a capacidade e assiste-nos com o teu Espírito,

para que saibamos caminhar juntos na diversidade

e a ser casa hospitaleira onde todos se sintam em família.

Nesta mudança de ciclo em que vivemos,

ajuda-nos a discernir, de forma sinodal,

os sinais do Espírito que nos alertam e confirmam o rumo.

S. Atanásio, esclarecedor da fé em tempo de crise ariana,

intercede pela Igreja dos nossos tempos,

para que saiba ser fiel à fé apostólica e à missão universal.



quarta-feira, maio 01, 2024

 

4ª feira da 5ª semana da Páscoa, S. José Operário

 



Qualquer que seja o vosso trabalho, fazei-o de boa vontade, como quem serve ao Senhor e não aos homens. (cf. Col 3,14-15.17.23-24)

 

Ao enviar o seu Filho, Deus não escolheu o trabalho dos pais,

mas as pessoas certas para assumirem esta missão,

independentemente da profissão que tinham.

S. José assumiu Jesus como seu Filho

e, com Maria, educou-O na fé e na justiça

e cuidou da sua família com a força do seu trabalho.

Jesus era conhecido como o “filho do Carpinteiro”

e terá aprendido esta profissão e trabalhado ao lado de José.

Na dignidade do seu trabalho justo e dedicado,

José serviu a Deus e aos homens e colaborou na criação.

 

Todo o trabalho é digno e importante,

quando contribui para a subsistência própria

e para o bem da criação e da produção da empresa.

No entanto, os sonhos profissionais de quem quer entrar no trabalho,

constroem-se a partir das profissões com procura,

do nível salarial associado, da possibilidade de progressão,

e da não associação ao setor primário.

Os trabalhos sobrantes são tomados, com alguma reserva,

pelos migrantes e os desempregados de longa duração

e com níveis de escolaridade mais baixa.

No entanto é tão importante um varredor de rua,

como um empregado de limpeza, como um professor,

como um empregado de escritório ou um gestor de empresa.

 

Obrigado, Senhor, porque nos criaste com capacidade

de colaborarmos na obra da tua criação,

por meio do nosso trabalho

e do nosso bem-querer dos outros que amamos

ou de quem buscamos a justa retribuição salarial.

Obrigado, Senhor, porque me chamaste a servir os irmãos,

e a ser servo da Palavra do Evangelho

e distribuidor das tuas graças e misericórdia,

aos que andam perdidos e desanimados,

sem coragem nem força de serem úteis e fecundos.

S. José, carpinteiro ao serviço do Filho de Deus,

ensina-nos a alegria e a dignidade do trabalho que fazemos

e do cuidado que temos nas tarefas do dia a dia.



terça-feira, abril 30, 2024

 

3ª feira da 5ª semana da Páscoa

 



Convocaram a Igreja, contaram tudo o que Deus 

fizera com eles e como abrira aos gentios a porta 

da fé. (cf. At 14,19-28)

 

A missão de Deus é um partir e voltar,

separar-se e permanecer em comunhão,

mantendo a consciência de ser enviado.

O Filho de Deus partiu do Pai e vive no Pai,

volta ao Pai e permanece com os seus discípulos

por meio da Palavra e do Espírito Santo

que faz da Igreja um corpo vivo e em missão.

Paulo e Barnabé são enviados da Igreja de Antioquia da Síria,

evangelizam os gentios, organizam as Igreja nascentes

e voltam a Antioquia para narrarem o que Deus fizeram com eles

e como tinha aberto a porta da fé aos gentios, pela sua ação.

 

A Igreja é missionária quando envia missionários;

é missionária quando alguns partem

e outros permanecem em oração e apoio logístico;

É missionária quando os que partem regressam

e partilham o que fizeram, sem vaidade nem superioridade,

mas com o espanto e a gratidão de terem partido

e visto a obra de Deus em ação por meio deles.

O testemunho da missão é também boa nova de evangelização,

para que os que ficaram se sintam parte desta missão.

Daí que a missão não deve ser uma iniciativa privada

nem um regressar silencioso,

como se a Igreja donde partiu não tivesse nada a ver com isso!

 

Senhor, bendito sejas por me teres chamado a partir

e, nesta aventura da missão, ter sentido a oração e o carinho

daqueles que me enviaram e animaram e esperaram com ansiedade.

Bendito sejas, pelos irmãos que me deste e desconhecia,

pelo acolhimento que recebi de quem fui enviado para dar,

da obra de Deus que me fez bênção, sendo frágil.

Foi bom teres alargado o espaço da minha tenda e do meu horizonte,

de aprender a rezar o Pai nosso em línguas diferentes,

fazendo-me experimentar a novidade de ser protegido e conduzido

pelo Espírito Santo a fazer novas todas as coisas.

Bendito sejas, porque afinal, quem ganhou mais com tudo isto

fui eu, neste ir e voltar, amar e carregar a cruz,

vou aprendendo a ser discípulo e missionário da Igreja.



segunda-feira, abril 29, 2024

 

2ª feira da 5ª semana da Páscoa, S. Catarina de Sena, padroeira da Europa

 



Ouvimos de Jesus Cristo e vos anunciamos: Deus é 

luz e n’Ele não há trevas. (cf. 1 Jo 1,5-2,2)

 

Deus é a luz que não ofusca e nos permite ver

a verdade da nossa vida, aquilo que nos carrega e enfraquece.

A maldade torna obscura as relações humanas

e afasta-nos da verdade e da justiça, da santidade e da luz.

Mas quando a fé em Jesus é simples e real,

possibilita-nos ver o pecado e ver também o Caminho da salvação;

e por isso, esta Luz descansa-nos e inspira-nos esperança,

no desafio a levantar-nos e rumarmos para a conversão.

S. Catarina de Sena, de tanto procurar a luz de Deus na cruz,

descobriu as trevas da humanidade e empenhou-se na paz,

na unidade da Igreja e no regresso do Papa a Roma.

 

Há misticismos que nos levam a fechar os olhos

e a tapar os ouvidos para se ver e ouvir melhor a Deus.

É um misticismo que ilumina o invisível

e escurece o visível por onde caminham os pés que ajoelham.

Há o misticismo de santos como S. Catarina de Sena,

que quanto mais penetram no mistério de Deus,

maior luz se faz para o mistério de nós mesmos

e das relações sociais onde vivemos.

É a dimensão profética a comandar a vida dos santos,

que os faz pessoas de Deus comprometidos com um mundo melhor.

 

Senhor, Vós sois a luz que procuro neste tatear em que vacilo,

para aprender a caminhar como caminha o teu Filho.

Obrigado por cada segundo que me dás

e por cada lúmen que vislumbro neste andar e tropeçar,

guiado pela Voz de quem me ama e se esconde

e pelo desejo de ser parte do Reino de Deus,

que se constrói desafiando ser justiça, paz e comunhão.

S. Catarina de Sena, doutora dos mistérios de Deus

e profeta de um mundo melhor, sonhado por Deus,

intercede por cada um de nós, para que caminhemos na Luz

e sejamos no nosso tempo a memória do projeto de Jesus.



domingo, abril 28, 2024

 

5º Domingo da Páscoa

 



É este o seu mandamento: acreditar no nome de seu Filho, Jesus Cristo, e amar-nos uns aos outros, como Ele nos mandou. (cf. 1 Jo 3,18-24)

 

O Pai oferece-nos o seu Filho como caminho de salvação.

Jesus revela-se-nos no caminho da vida, como a Saulo,

e cura-nos o olhar da fé, fazendo acontecer a conversão:

um antes que persegue a vida e um depois que ama

e anuncia a misericórdia e a esperança no Senhor Jesus.

E permanecendo em Jesus pela fé que O segue e anuncia

e pelo testemunho de vida que cria comunhão,

brotam frutos de coerência de vida e de amor incondicional,

à imagem de Cristo que abraça o Céu e a terra na cruz.

 

Entre muitos mandamentos de Deus e da Igreja,

muitas vezes ficamos pelo mais fácil,

que é cumprir deveres religiosos e ritos pontualmente,

continuando o coração da vida a viver segundo as circunstâncias.

Formam-se assim fragmentos de mim em lugares diferentes,

um piedoso e cumpridor, com palavras e boas intenções,

e outro rebelde e interesseiro, que guarda rancor,

engana e explora nas relações comerciais e sociais,

e se abstém de amar quem precisa, a não ser pontualmente.

E por cima, este cumprir religioso desagarrado da vida,

acalma a consciência pela sensação do dever cumprido

e justifica ao próprio um olhar de superioridade condenatório.

 

Senhor Jesus, obrigado porque me enxertaste de vida nova,

e me vás podando e tratando as moléstias do mal que me enfraquecem,

ajuda-me a dar frutos que falam bem de Ti,

Videira da Vida, casta divina que inspira amor e esperança.

Espírito Santo, inquieta-me com sede de mais e de autenticidade,

para que me deixe guiar pela fé e seguimento de Jesus

e ser fonte de amor que generosa e indiferenciadamente

regue todos os desertos com a alegria de dar-me pela vida.

Que a Ti, Jesus, só imite na relação com Deus, a natureza e o outro,

para que os frutos sejam de Cristo: doces, salutares e medicinais.



sábado, abril 27, 2024

 

Sábado da 4ª semana da Páscoa

 



Fiz de ti a luz das nações, para levares a salvação 

até aos confins da terra. (cf. At 13,44-52)

 

O desejo de Deus é cuidar e salvar toda a criatura.

Escolheu Abraão para ser o pai na fé de um povo-fermento,

que siga a aliança com Deus e seja luz para as nações.

O povo esqueceu a aliança e Deus escolheu profetas

para reconduzir o povo à conversão e reacender a aliança.

Por fim, enviou o seu Filho que assumiu o nosso corpo

e mostrou o que é estar no Pai e o Pai n’Ele,

revelando o coração do Deus que ama incondicionalmente

e se torna caminho para, com a ajuda do seu Espírito,

cada um que n’Ele acredita e O segue,

viver como o Filho e se tornar luz para toda a criatura.

 

O orgulho dos pais é ver que os seus filhos

assimilaram o melhor dos pais e se recusaram a imitar o pior.

Dão graças a Deus porque entre as luzes e as trevas que passaram,

os filhos e os amigos ficaram com as luzes e perdoaram as trevas.

A tristeza dos pais é dar-se conta do egoísmo e dependência dos filhos,

de vidas viradas ao avesso e que parecem filhos de outros,

se interrogam: em que falhámos na educação dos nossos filhos?

Há pessoas que frequentaram a catequese, foram batizados

e iniciados na Eucaristia e noutros sacramentos,

mas o seu testemunho não fala de Jesus Cristo,

e parecem luas novas de costas para a luz, habituados à noite.

 

Senhor Jesus, Luz que brilha a vida e mostra o caminho do amor,

reacende este borralho morno em que vivo

e faz de mim chama da lâmpada acesa no teu Círio

que revela a tua presença e o teu coração,

que a todos quer libertar e salvar no abraço do perdão.

Faz de mim testemunha de uma luz diferente,

que não seja artificial nem virtual,

mas me torne pirilampo de Cristo no quotidiano da vida por ande.

Espírito Santo, ajuda-nos a ser Igreja missionária,

que brilha pela santidade, desinstalada e pronta sempre a recomeçar

e a partir em busca daqueles que vivem na noite

e têm medo da luz que os acorda para a verdade.

Ó como desejava que quem nos visse,

visse Cristo vivo a semear esperança e a curar o pecado,

a gerar vida que vale a pena viver e perpetuar.



This page is powered by Blogger. Isn't yours?