domingo, novembro 24, 2024

 

34º Domingo do Tempo Comum, Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, Dia Mundial da Juventude (24 novembro)

 



Jesus Cristo é a Testemunha fiel, o Primogénito 

dos mortos, o Príncipe dos reis da terra. (cf. Ap 1, 5-8)

 

O Filho de Deus, cheio de glória e pleno de amor,

foi enviado pelo Pai, como Filho do Homem,

servo da salvação, cordeiro manso e humilde,

oferecendo-se na cruz para fazer de nós um reino de sacerdotes,

filhos de Deus purificados dos pecados,

para oferecerem a Deus sacrifícios espirituais de louvor ao Pai.

Ele reina pelo amor e pela fidelidade,

o seu poder é serviço e o seu juízo é verdade e misericórdia.

 

O reino de Jesus não é deste mundo,

nem se afirma pela força das armas destrutivas,

nem pelo medo com que ameaça os desobedientes.

O seu reino é verdade na caridade,

proposta de aliança e remédio na doença,

reconciliação na traição e purificação da cegueira,

escola de serviço e escolha e chamamento dos humildes.

O seu reino é gratuitidade e liberdade paciente,

animado pelo Espírito de santidade que brota do coração.

 

Senhor Jesus, bendito sejas, nosso Rei e Senhor,

que és, fostes e serás sempre aliança de amor.

Bendito sejas porque nos elevaste à condição de príncipes,

lavados dos nossos pecados no teu sangue livremente entregue.

Bendito sejas, Príncipe da paz e Pão da vida,

que Te abaixas à nossa condição para nos elevar à tua,

batendo à nossa porta com a ternura de um Irmão humilde.

Faz de nós, sacerdotes santos e humildes,

que com fidelidade e mansidão agem como servos deste Rei.

 



sábado, novembro 23, 2024

 

Sábado da 33ª semana do Tempo Comum (23 novembro)

 



Passados, porém, três dias e meio, entrou neles um sopro de vida, que veio de Deus, e eles puseram-se de pé. (cf. Ap 11, 4-12)

 

A profecia da missão anda de mãos dadas com o martírio.

A verdade e a justiça são belas e resplandecentes,

mas incómodas para os que andam nas trevas

da mentira e da injustiça, e não gostam de vozes dissonantes.

De tempos a tempos parece que a maldade vence

e a voz de Deus é calada e crucificada.

mas ao terceiro dia e meio, o martírio dá o seu fruto,

pois Jesus é o Vivente, Filho do Deus da Vida.

 

A raiva e a vingança estão ao rubo.

É uma guerra de armas e de ameaças

que trazem nuvens escuras e incertas

e geram o medo e a desesperança no coração humano.

Já não se fala em comida, saúde e educação,

mas apenas em armas e destruição

como se todos estivéssemos possuídos pelo espírito do mal.

O cristão dá a vida pela vida de todos

e não pela vingança da honra nem por um pedaço de terra.

 

Senhor, em Vós está a fonte da vida e para Vós,

até os que são mortos escondem o gérmen da ressurreição.

Aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade,

para que não sejamos possuídos pela idolatria do poder,

a raiva da vingança e a desesperança no amanhã.

Fazei de nós pedras vivas da Igreja

que sabem dar testemunho da vida e do amor,

reconstruindo pontes, lavrando caminhos,

habitando cidades, plantando jardins,

cuidando a vida frágil e maturando infantilidades.



sexta-feira, novembro 22, 2024

 

6ª feira da 33ª semana do Tempo Comum, S. Cecília (22 novembro)

 



Toma-o e come-o: no estômago, ele será amargo, 

mas na boca, ele será doce como o mel. (cf. Ap 10, 8-11)

 

Ter fé é pôr-se à escuta da vontade de Deus.

A escuta é um diálogo orante que precisa de purificação.

É preciso que o médico da verdade no retire a cera da teimosia

e a surdez da avareza e do desejo de poder,

para podermos fazer silêncio de coração aberto,

assimilarmos a doçura da sua Palavra

e sentirmos o incómodo de a interiorizarmos,

anunciando a vontade de Deus com fidelidade.

Todos somos chamados a ser profetas de Deus.

 

A formação que for só encher os alunos de saberes

que devem ser decorados, está condenada ao esquecimento

após o estresse dos exames,

onde se deve mostrar ser bom gravador.

Mesmo os trabalhos de investigação,

pela quantidade de informação presente na internet,

podem criar simples coletores que plagiam

e não novos cientistas, filósofos, teólogos, pesquisadores.

Só o saber que se assimila e compreende o porquê,

pode gerar novos mestres, inovadores e comprometidos.

 

Senhor, eis-me aqui a tentar comer a tua Palavra,

saboreando a novidade do sempre igual

e a fortalecer o desafio de ser Cristo,

presença profética que anuncia a paz da justiça

e denuncia a normalidade do egoísmo e da mentira.

Perdoa as vezes em que me reduzo a ser cassete que reproduz,

e a cumprir deveres e ritos para que os outros vejam,

sem assimilar a tua Palavra na minha vida com ardor profético

e comprometer totalmente com a verdade que anúncio.

S. Cecília, virgem e mártir, orai por nós.



quinta-feira, novembro 21, 2024

 

5ª feira da 33ª semana do Tempo Comum, Apresentação de Maria (21 novembro)

 



Vi então um Cordeiro de pé, que parecia ter sido 

imolado. (cf. Ap  5, 1-10)

 

Jesus está no Céu, crucificado ressuscitado

cordeiro manso e humildade de coração,

salvando a criação dando a sua vida no altar da cruz.

É Ele que nos há de julgar segundo a justiça e a misericórdia,

abrindo o livro da vida como paráclito da humanidade.

Ele é a cabeça desta humanidade redimida em promessa,

tendo em Maria o modelo da Igreja fiel, serva e humilde,

que se apresenta no mundo para fazer a sua vontade.

 

O nosso salvador tem um rosto e tem um nome:

Jesus de Nazaré, o Verbo Divino encarnado em Maria.

Não é uma energia invisível e abstrata,

nem um ser divino superior sem corpo

sobre o qual podemos projetar o que a nossa imaginação quiser.

Também não é o um rei impiedoso e justiceiro,

que castiga e destrói o pecador,

mas o Cordeiro de Deus que nos lava no seu sangue,

pelas entranhas de amor, paciente e respeitoso,

com que nos toca de leva à nossa porta até que a abramos.

 

Senhor Jesus, manso que humilde de coração,

cura-nos da nossa intolerância e cansaço perante a fragilidade

daqueles que procuramos amar e servir como irmãos.

Cordeiro crucificado que vive de pé, vitorioso ao lado do Pai,

sustenta-nos com a tua oração e guia-nos com a tua Palavra,

para que também sejamos capazes de viver na esperança

e vencermos as tentações que nos afastam de Ti

e nos fazem cair no pecado que mata a alegria e a graça.

Santa Maria, que te consagraste ao Senhor

e foste achada cheia de graça pelo Anjo Rafael,

reza por nós, para que também sejamos um sim fiel ao Senhor.



quarta-feira, novembro 20, 2024

 

4ª feira da 33ª semana do Tempo Comum (20 novembro)

 



Sobe até aqui e eu te mostrarei o que vai acontecer 

depois disto. (cf. Ap 4, 1-11)

 

O Céu está aberto pelo Verbo Divino encarnado.

Só pela fé em Jesus podemos ultrapassar as nuvens da tribulação

e subir até à verdade da existência, ouvindo a esperança do amor.

Perante o Santo, Aquele que é, que era e que há de vir,

podemos sentir a consolação na tribulação e na perseguição,

pois compreendemos que o reino do mal é transitório.

Só Aquele que está sentado no trono é para sempre.

 

A ambição de poder gera a guerra e a tentativa de assalto.

O ruído das bombas e das sirenes ensurdecem a esperança.

Parece que a história está cheia de nuvens atemorizadoras

que fazem da vida insónias agonizantes

e impedem a paz de poder olhar o Céu com fé

e os irmãos com confiança e o aconchego da fraternidade.

Quem ganha com isso é a indústria das armas

e os traficantes de seres humanos

que se aproveitam da desgraça para enriquecer.

Haja alguém que nos ajude a ver o Céu aberto

e nos console com a esperança no Santo dos Santos.

 

Senhor, louvado sejas pelo dom da vida

e pelo dom da fé, do amor e da inteligência.

Dá-nos sabedoria e gozo interior

para fazermos render tantos dons

e assim nos tornarmos participantes ativos da tua missão.

Perante as guerras interiores e exteriores,

consola-nos com a esperança do teu auxílio

e fortalece-nos com o Pão da vida e a luz do Espírito.

Ajuda-nos a ver o mundo atual com esperança

e a fazer de nós obreiros da justiça e da paz.



terça-feira, novembro 19, 2024

 

3ª feira da 33ª semana do Tempo Comum (19 novembro)

 



Se alguém ouvir a minha voz e Me abrir a porta, 

entrarei em sua casa. (cf. Ap 3, 1-6.14-22)

 

Deus caminha no meio de nós,

não como observador curioso ou antropólogo,

nem muito menos como polícia e fiscal.

Ele aparece como necessitado de guarida,

como estrangeiro ou refugiado,

que bate à nossa porta e nos chama a abrir a porta.

Jesus entra como visitador

e enriquece a nossa morada de salvação,

despertando a partilha e a fraternidade,

purificando o passado e abrindo a esperança do futuro.

 

Muitas vezes tratamos Deus como um necessitado,

que precisa da esmola das nossas orações e de rituais,

ofertas e sacrifícios, louvores e publicidade.

Mas Jesus prefere entrar na nossa vida

e que lhe demos todo o nosso ser e vontade,

para se sentar à nossa mesa

e iluminar-nos com a sua palavra

e alimentar-nos com o pão da esperança.

Abrir a porta a Jesus é descer dos nossos pedestais

e reconhecer a nossa indignidade, escolhida e amada por Ele,

que veio para salvar e não para cobrar impostos.

 

Senhor, na minha solidão, sinto-me visitado por Ti,

e bendigo-Te por não desprezares a minha morada,

só porque não sou perfeito nem verdadeiramente santo.

Entra, Senhor, e cura a minha condição de pequenez espiritual,

dá novo alento à minha existência e novo rumo ao que tenho,

para que a salvação possa entrar na minha casa e na minha vida.

Tira-me desta vida morna, sem compromisso com a tua missão,

numa mediocridade que se arrasta na rotina da vida.



segunda-feira, novembro 18, 2024

 

2ª feira da 33ª semana do Tempo Comum (18 novembro)

 



Tens perseverança e sofreste pelo meu nome, sem desanimar. Mas tenho contra ti que perdeste a tua caridade primitiva. (cf. Ap 1, 1-4; 2,1-5)

 

Deus é Aquele que é, que foi e há de vir.

Seu amor não se perde nem enfraquece,

mas passa pela prova da rejeição e da cruz,

como fonte inesgotável que resiste à traição e à dor.

Nós fomos purificados no mesmo sangue,

alimentados pelo mesmo Pão da vida

e animados pelo mesmo Espírito de amor e de profecia.

Reduzir o cristianismo a ritos

e a atos de resistência a perseguições,

mas perdermos a caridade na relação

é esvaziar a nossa fé do essencial.

 

Gostamos de andar sobre carris seguros

dos deveres e da moral dos mínimos

dentro dos lugares e tempos prescritos;

mas já nos custa continuar a amar e a agir com carinho

nas curvas da fragilidade e da desilusão.

Por isso, o zelo pela fé pode resvalar em fundamentalismo,

formalismo frio, amuo ressentido,

murmuração e o desprezo para com os faltosos.

 

Senhor, bendito sejas porque nos amas sempre

e o teu coração tem lugar para todos, bons e maus.

Bendito sejas, ó Cristo, imagem perfeita do coração do Pai,

que na aridez da cruz continuaste a jorrar vida,

a florir perdão, a propor cuidado, a revelar fidelidade e paz.

Liberta-nos da cegueira do amor condicionado,

e da vontade de poder e medo de se perder.

Ajuda-nos a recuperar o amor primeiro,

que cura o ressentimento e procura salvar o ofensor.



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