quinta-feira, dezembro 26, 2024
5ª feira da Oitava do Natal, S. Estêvão
Aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo. (cf. Mt 10, 17-22)
A fidelidade incondicional e eterna
é a revelação de Deus na encarnação e na Páscoa de Jesus.
Deus é fonte de salvação, não reação provocada;
se assim não fosse, Deus seria castigo e condenação.
Quem segue Jesus, como Estêvão, O seguiu,
parece-se com Jesus na fidelidade e na misericórdia.
Estêvão emita o Mestre na entrega de vida,
na confiança no Deus da vida, na esperança que o anima.
Há países que perseguem os cristãos
e continuam a multiplicar mártires por causa da sua fé.
Nos países desenvolvidos e livres
a tentação da infidelidade é grande,
não por perseguição, mas por atração do ídolo do dinheiro,
que provoca consumo destemperado,
egoísmo indiferente, autorreferencialismo imoderado.
Tudo está em movimento e provoca lixo,
nas relações humanas e na relação com Deus!
Senhor, bendito sejas porque não te cansas de nós
nem desistes de nos amar, cuidar, perdoar e salvar.
Perdoa a nossa inconstância e infidelidade,
que faz da nossa vida pedaços emotivos de existência,
sem conexão nem coerência com a fé que professamos.
S. Estêvão, primeiro mártir deste Menino-Deus,
ajuda-nos a compreender o essencial da fé em Cristo,
marcado pela coerência e pela perseverança
na ascese e no compromisso missionário nos dias de hoje.
quarta-feira, dezembro 25, 2024
4ª feira, Natal do Senhor (25 dezembro)
E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. (cf. Jo, 1, 1-18)
O amor do Pai gerou o Filho e a eternidade é Palavra
que cria, comunica e faz aliança, como luz nas trevas.
Numa explosão de amor a eternidade fez tempo,
e o Verbo Divino fez-se criatura no seio de Maria,
por José adotado num lar que faz colo do Menino Deus.
Ó mistério inesperado que nos visita e salva,
e nos fala da omnipotência do serviço
e da grandeza do amor que convida à salvação.
É festa do nascimento de Jesus celebrado em família,
e iluminado pela fé que olha o presépio
e vê o Emanuel, Palavra viva que fala suave,
que somos convidados a escutar e a anunciar.
Olhamos a manjedoura e a fé vê o altar
onde Jesus se faz pão para nos fortalecer a leveza dos pés
e os joelhos se dobram para O Adorar e imitar.
Natal é um mistério de fé não simples emoção!
Ó Luz que nos faz ver a luz da esperança
e o chão que nos conduz ao Céu pela escada do amor.
Ó Emanuel, não passamos de uma gruta
habituados a acolher a cegueira dos instintos e das paixões.
Entra nesta gruta escura e instável,
para que a ilumines e purifiques com a tua graça e verdade,
que acolhe o pobre e o estrangeiro como irmão,
baseado no diálogo e na paz
que nos trazes com a fragilidade de Menino!
terça-feira, dezembro 24, 2024
3ª feira da 4ª semana do Advento
Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, que nos deu um salvador poderoso na
casa de David, seu servo.
(cf. Lc 67-79)
Hoje é dia de louvor ao coração misericordioso do nosso Deus,
que nos enviou o seu Filho e nos deu um salvador poderoso,
como luz nas trevas e caminho para a paz de Deus.
Já se ouve a voz de João Batista: “Ele está a chegar,
preparai-vos para o encontro, livres de temor”.
Ele quer preparar o nosso coração para o habitar
e fazer de cada um de nós profetas do Altíssimo,
animados pelo Espírito Santo.
Hoje estamos dominados pelos verbos:
comprar, preparar, fazer, iluminar, embelezar.
Outros, com outras posses, vão usar apenas o verbo pagar:
a comida preparada, o restaurante ou o hotel.
Será que há lugar para Jesus nestes festejos,
convívios de família, mesas fartas e árvores de presentes?
Será que há a preocupação de lavar a alma,
bendizer o Criador, sentar-se aos pés do Mestre-Menino?
Bendito sejas, bom Senhor, porque nos convidas à festa
do nascimento do teu Menino na família de Maria e de José.
Reveste-nos com o traje de festa e o perfume do perdão;
e coloca no nosso coração a luz da verdade na caridade.
Faz de cada um de nós e de cada lar um átrio de encontro,
uma sombra de repouso, uma lareira que acalenta
e nos faz saborear como é bom alimentar o nós
com janela para o Céu e telescópio para a esperança.
segunda-feira, dezembro 23, 2024
2ª feira da 4ª semana do Advento
Queriam dar-lhe o nome do pai, Zacarias. O pai
pediu uma tábua e escreveu:
«O seu nome é João».
(cf. Lc 1, 57-66)
Deus de tudo faz graça e abraça com amor.
O olhar humano vê Zacarias e Isabel,
mas o olhar da fé a tudo chama João: “Deus fez graça”.
É o mistério da esterilidade que se torna fecunda
e faz renascer a esperança da vida coxa e frágil.
Deus é o mesmo que hoje faz acontecer a graça
e nos surpreende, tornando possível o que parecia impossível.
Advento é olhar de fé e de gratidão que dá a Deus o que é de Deus.
Uma das justificações da prática do aborto
é que a mulher é dona do seu corpo,
dando a entender que também é dona da nova vida que nela brotou,
fruto de uma relação sexual com um homem
ou de uma intervenção médica de fertilização in vitro.
Nós participamos na criação, porque assim fomos criados,
com inteligência e dons que nos tornam missão.
A missão do pai e da mãe é criar e cuidar de vidas novas,
não de as destruir e manusear a seu belo prazer.
Bendito sejas, ó Pai e autor de todo o universo,
pela grande missão de colaborarmos na criação
como semeadores e cuidadores de vida na sua diversidade.
Espírito Santo, dá-nos a sabedoria do encanto
e a arte do cuidar, sem nos assenhorarmos do dom.
Faz brotar em nós a gratidão e o louvor
que busca o caminho da vida no Menino que nos foi dado.
“Ó Rei das nações e Pedra angular da Igreja,
vinde salvar o homem que formastes do pó da terra.”
domingo, dezembro 22, 2024
4º Domingo do Advento
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. (cf. Lc 1, 39-45)
Deus revelou-se na história da salvação como o Amado.
O Amado gerou o Verbo Divino, seu Filho,
e o Espírito Santo, o amor do Pai e do Filho.
A Família do Amor criou o universo
e apaixonou-se pelas criaturas.
É como Amado que visita as criaturas
e lhes propõe uma aliança eterna de comunhão.
Maria aceitou ser visitada e amada
e a Palavra anilhou-se no seu seio.
Desde então Maria tornou-se a Arca da Aliança,
os pés e a voz do Amado que corre a dar boas novas.
A missão do cristão é ser Maria concebida de Cristo,
a visitar a solidão dos que andam nas trevas,
dando à sua boca a Voz do Amado
e aos seus pés a alegria de visitar e de levar Cristo escondido.
Que mensagem a nossa vida transmite?
Que alegria e esperança inspira?
Somos papagaios de um mistério não compreendido
ou testemunho silencioso que desperta o inaudível?
Bendito sejas, Senhor, porque nos destes só presentes,
mas Te fizeste presente na encarnação do teu Filho.
Bendita sejas Maria, porque pelo teu sim
Te tornaste não apenas Mãe biológica do Verbo Divino,
mas renasceste Voz do Amado
concebida por Aquele que concebes.
Maria, que corres ligeira e de visitada te tornaste visitadora,
ajuda-nos a dizer sim à Palavra que nos visita
e a deixar-nos fecundar para que nos tornemos voz do Amado
que evangeliza pela sua vida e se torna palavra inteligível.
sábado, dezembro 21, 2024
Sábado da 3ª semana do Advento
Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi
dito da parte do Senhor.
(cf. Lc 1, 39-45)
O mistério do Natal só se alcança pela fé.
E faz-se parte deste mistério acreditando em Deus,
pela escuta da sua Palavra e deixando Deus entra e atual.
Maria e José acreditaram na Palavra de Deus
e tornaram-se participantes na encarnação do Verbo Divino.
Também hoje queremos fazer parte do Natal,
não apenas “fazendo” o presépio,
mas acima de tudo “sendo” parte deste mistério de amor.
Hoje o Natal é luz e arte noturna
que encanta e atrai pela beleza e pela a música.
E quem visita uma “cidade natal”
torna-se turista de inverno,
consumidor que anima o mercado.
Não são visitas que alimentam a fé
nem caminham para a gruta de Belém
onde nasceu o Salvador, pobre e humilde!
Ó Emanuel, nosso rei e legislador,
esperança das nações e salvador do mundo:
vinde salvar-nos, Senhor, nosso Deus.
Espírito Santo, ajudai-nos a celebrar o nascimento de Jesus,
com o mesmo espirito de fé e de obediência a Deus,
com que Maria e José viveram este mistério divino.
Que saibamos ir além da magia do Natal,
para que cheguemos à alegria de adorarmos o Menino,
nosso verdadeiro Salvador e presente de Deus.
sexta-feira, dezembro 20, 2024
6ª feira da 3ª semana do Advento
Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua
palavra». (cf. Lc 1, 26-38)
Somos pertença de Deus
numa liberdade inexplicável
que nos faz pensar que somos donos de nós.
Maria de Nazaré reconhece-se escrava do Senhor,
numa liberdade confiante que obedece com alegria:
“Faça-se em mim, segundo a tua palavra”!
Maria interpela-nos: “E tu, que dizes ao Senhor”?
A exaltação da liberdade teme obedecer
e sentir-se escravo de alguém, sentir-se dominado.
A liberdade é de facto um dom precioso
que devemos amadurecer a todos os níveis
com conhecimento, sentido crítico e discernimento.
Talvez nunca como agora se tenha desenvolvido tanto
a arte de influenciar comportamentos e opções
de forma dissimulada, enganosa e controladora.
A inteligência artificial trabalha bases de dados
que influencia consumos, desejos, hábitos, fragilidades.
“Ó Chave da casa de David,
vinde libertar os que vivem no cativeiro das trevas
e nas sombras da morte.”
Dai-nos o sentido de criaturas perdoadas e amadas
e o dom da liberdade que sabe confiar em Ti.
Maria, humilde serva do Senhor,
ensina-nos a ser livres para amar e servir
para que “Aquele que veio para fazer a vontade do Pai”
possa nascer, em nós e por meio de nós, na nossa sociedade.