segunda-feira, março 17, 2025

 

2ª feira da 2ªsemana da Quaresma, semana da Caritas (17 março)

 



A medida que usardes com os outros será usada 

também convosco. (cf. Lc 6, 36-38)

 

A misericórdia do Senhor é sem medida.

Ele é paciente e compassivo e adia o juízo e a condenação

até que o tempo frutifique conversão e arrependimento.

Ele vai ensinando-nos a dar sem medida aos outros:

a mesma paciência, bondade, partilha solidária, cuidado, perdão.

Os faltosos não precisam da nossa murmuração e condenação,

mas da nossa compreensão, acompanhamento, ajuda,

correção fraterna, ombro e mão amiga, oração.

Fazer tudo pela salvação dos outros é salvar-se a si mesmo.

 

Todos somos fracos e falhamos em alguns aspetos.

Gostamos que as pessoas compreendam a nossa imperfeição

e não desistam de nos amar e querer bem

só porque uma ou outra vez os desiludimos.

No entanto, às vezes somos demasiado severos com os outros

e basta uma vez falhar-nos ou desiludir-nos

para os criticarmos, condenarmos e até cortarmos com eles.

A medida que usamos com os outros não é mesma

que desejamos que os outros usem para connosco.

 

Senhor, bom Deus, Vós sois rico em misericórdia

e fonte sem medida que rega a nossa aridez e egoísmo.

Bendito sejas pelo teu Filho Jesus, que veio para os pecadores,

a ser Palavra que aquece e desperta o coração para o arrependimento

e a dar a vida por aqueles que lha tiram cruelmente.

Bendito sejas pelo Espírito Santo, luz que ilumina

e ensina a perdoar com doçura,

dá-nos um olhar humilde e paciente,

para que seja o amor que vence

e não a murmuração e rejeição que predominem.



domingo, março 16, 2025

 

2º Domingo da Quaresma (16 março)

 



Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O. (cf. Lc 9, 28b-36)

 

Os discípulos andavam perplexos

com o Messias que seguiam e lhes fala da sua morte.

Tudo parecia caminharem para o fracasso

e interrogavam-se se valia a pena segui-Lo.

Jesus toma Pedro, João e Tiago

e leva-os ao cimo dum monte para orar.

Enquanto reza em diálogo com a Sagrada Escritura,

o rosto de Jesus transfigura-se e revela o mistério

escondido neste nazareno, que como o Servo de Javé,

oferece a sua vida pela salvação de todos.

Deus Pai, diz aos discípulos, que Jesus é o “Shemá Israel”

a quem devemos escutar para que a nossa vida ressuscite.

 

Uma coisa são os acontecimentos,

outra são as grelhas de leitura que lhes dão o sentido.

Muitas vezes a escola apresenta um currículo

mas não lhe dá o sentido e aplicação destes conhecimentos.

O resultado é a desmotivação, o decorar, uma aflição

para o aluno que estuda para o exame, não para a vida.

Na catequese pode acontecer a mesma coisa,

quando o mais importante era aprender a orar

e a escutar Jesus vivo como resposta e sentido da vida.

 

Obrigado, Pai santo, por nos teres envolvido nesta aventura,

de buscar na nuvem da fé e na escuta de Jesus

a esperança para tantos altos e baixos da nossa vida.

Bom Jesus, que nos convidas a subir ao monte da oração

para vermos a vida a partir da cima, de Deus,

ajuda-nos a não adormecermos no desânimo e no cansaço,

mas a sermos perseverantes na oração e na escuta do Evangelho.

Espírito Santo, dá-nos o dom da inteligência da fé,

que vê o caminho da eternidade no meio da nuvem e da noite,

e sabe acreditar que Jesus nos pode transformar em corpo glorioso.



sábado, março 15, 2025

 

Sábado da 1ª semana da Quaresma (15 março)

 



Amai os vossos inimigos, para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus; (cf. Mt 5, 43-48)

 

Deus é o Senhor da vida para todos.

Manda a chuva e o sol para bons e para maus,

trata-nos a todos como filhos amados,

mesmo quando nos comportamos como filhos desnaturados.

Jesus, perfeito como o Pai, veio para os pecadores,

por dar a sua vida por eles na cruz

e permanecer vivo no meio de nós, como graça e misericórdia.

Também nós, seguidores deste mestre do amor,

devemos aprender a amar sempre e sem condições,

a orar por todos, mesmo por aqueles que nos dão voltas à barriga.

 

A medida da nossa perfeição é muitas vezes os outros.

A quem nos faz bem, esforçamo-nos por ser bondoso,

a quem nos faz o mal, esmeramo-nos em mostrar a nossa indignação,

falando mal deles, deixando de falar com eles,

alimentando a raiva e a vingança na primeira oportunidade.

Por isso, a murmuração e a guerra são tão comuns entre nós.

Muitas vezes, chega-se ao ponto de querer que Deus castigue

e condene aqueles que não foram corretos connosco

e seja agente forte das nossas vinganças e maus desejos.

 

Bendito sejas, Pai bom de todos, bons e maus,

porque no vosso amor infinito mostrais a vossa perfeição.

Bendito sejas, Cristo nosso irmão,

porque nos mostraste a perfeição do amor na provação da cruz,

renovando a aliança em Ti entre Deus e a humanidade.

Bendito sejas, Espírito Santo, dom da caridade,

porque continuas em nós este trabalho difícil

de nos ensinares a amar, a perdoar

e a orar pelos que nos ofendem.

Dá-nos, Senhor, um coração bom como o Vosso!



sexta-feira, março 14, 2025

 

6ª feira da 1ª semana da Quaresma (14 março)

 



Vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e vem 

depois apresentar a tua oferta. (cf. Mt 5, 20-26)

 

Foram os homens que se afastaram de Deus

e é Deus que se aproxima dos homens para os salvar.

O Filho interpreta esta misericórdia incompreensível,

orando na cruz: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”!

A reconciliação com o próximo vem antes

do sacrifício de expiação e de louvor a Deus.

Só um coração reconciliado e em paz

conhece a linguagem de graça e misericórdia de Deus.

 

A fragmentação na vida divide o seu humano

de acordo com o que está a fazer e o papel que representa.

Na Igreja comporta-se como uma pessoa piedosa

e cumpridora de deveres,

nas relações difíceis reage com ressentimentos e desistências,

justificando-se com naturalidade:

“quem não se sente não é filho de boa gente”.

Na Igreja escuta com prazer a Palavra de Deus

que fala do amor aos irmãos e da solidariedade,

no dia a dia, vive vidas paralelas e indiferentes

ao pobre e ao ofensor, ao enfermo e ao migrante!

 

Querido Pai, que tanto nos amais,

fazei que eu vos ame nos irmãos cada vez mais.

Bom Jesus, que sendo um só com o Pai no Espírito,

quiseste descer à nossa condição para nos reconciliar com Deus,

ajudai-nos a procurar nesta Quaresma a reconciliação com o Pai.

Bom Jesus, que na cruz abraçaste num só abraço o Céu e a terra,

ensinai-nos a viver num mesmo abraço,

buscando a Deus pela reconciliação com o irmão.

Dá-nos, Senhor, um só coração que ame a Deus e os irmãos.



quinta-feira, março 13, 2025

 

5ª feira da 1ª semana da Quaresma (13 março)

 



Se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está nos Céus. (cf. Mt 7, 7-12)

 

Deus é Pai de bondade, que nos quer dar a salvação.

O amor de Deus é insondável, pois é silencioso,

dá-nos a vida sem dar nas vistas, responde-nos sem cobrar,

escuta-nos a verdadeira necessidade e não os caprichos.

Ele colocou no coração das criaturas o amor paternal e maternal,

que cuida da fragilidade dos filhos, os protege na adversidade,

e os ensina a serem autónomos e a defenderem-se dos perigos.

A missão dos pais é serem sacramento do amor de Deus,

sinal visível do amor incondicional do Criador pelas criaturas.

 

Há experiências de paternidade que criam confiança

e ensinam a amar e os valores mais belos e pacíficos;

há outras experiências que são traumáticas e depressivas,

e que condicionam o olhar de esperança, de fé e de amor.

É difícil falar de Deus que é Pai bondoso e misericordioso

a quem nunca experimentou isso na vida!

Às vezes geram-se círculos viciosos que se perpetuam,

outras vezes, somos surpreendidos por flores belas e pacíficas

que brotam de lares áridos e violentos,

cuja bondade só se explica vinda do alto como um dom!

 

Pai nosso, bendito sejas por aquilo que nos deste

sem Te o pedirmos, dom do teu amor de Pai.

Pai nosso, inspira-nos com o teu Espírito,

para que saibamos perdir-Te o que realmente necessitamos

e seja bom para a nossa santidade e salvação.

Mostra-nos o teu rosto e ajuda-nos a encontra-Lo em Jesus,

para que confiemos n’Aquele que venceu o mal

e deu a vida por nós, acolhendo-nos como seus irmãos.

Dá-nos, Senhor, um coração bom, para que geremos paz e confiança

na natureza, nas relações com os outros e na oração.



quarta-feira, março 12, 2025

 

4ª feira da 1ª semana da Quaresma

 



Nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal de Jonas. (cf. Lc 11, 29-32)

 

Jesus é a Palavra de Deus encarnada.

Ele é o sinal que Deus nos deu para nos levar à conversão.

A escuta do seu Evangelho não é um passatempo,

nem uma simples curiosidade, mas um desafio à conversão.

Toda a vida de Jesus é Palavra de Deus,

que fala de amor desigual, renovação da aliança,

oferta de vida pela nossa salvação.

Hoje é a nossa Quaresma da escuta e da conversão.

 

A Palavra de Deus é viva e atual.

Ela é o sinal que Deus nos envia para a nossa conversão.

Se participamos na vida comunitária por causa deste padre,

ou de aquele grupo, ou daquele coral que anima a liturgia…

não estaremos a desfocar-nos do sinal que converte?

Se só vamos à missa ou outros sacramentos

quando visitamos um santuário famoso,

não estaremos a desfocar-nos do sinal

que anima a comunhão e a vida?

Se participamos apenas em encontros com pessoas famosas

e que prometem milagres, não estaremos a desfocar-nos

do verdadeiro sinal, frágil e despojado,

que é Cristo e o seu Evangelho?

 

Senhor Jesus, bendito sejas que vens em nome de Deus,

como Palavra que ilumina e salva, sangrando misericórdia.

Espírito Santo, dom que dá vida nova à Palavra de Deus,

dá-nos o dom da fortaleza para que a escuta penetre o coração

e dê frutos em nós de verdadeira conversão e missão.

Liberta-nos da tentação de viver de milagres

e de experiências extraordinárias e meramente emocionais.

Enraíza-nos no seguimento do Evangelho

e dá-nos o dom da fé que gera amor, esperança e missão.



terça-feira, março 11, 2025

 

3ª feira da 1ª semana da Quaresma (11 março)

 



Orai assim: ‘Pai nosso… perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos’. (cf. Mt 6, 7-15)

 

Rezar é colocar-se na presença de Deus,

numa atitude de confiança, de escuta e de amor.

A Palavra de Deus e o Espírito Santo

devem guiar esta relação íntima, abrindo o coração,

sem necessidade de muitas palavras.

A grande boa nova que habitava Jesus

era saber-se Filho de Deus, amado e irmão em humanidade,

por isso, as palavras que afloravam na oração eram:

“Papá nosso, eis-me aqui para conhecer a tua vontade

e levar a tua misericórdia a todos os que me deste como irmãos.

Protege-os do mal e da tentação, dá-lhes o pão de cada dia,

e ensina-nos a perdoar como Tu perdoas”.

 

A oração é um ato de fé e de amor,

e não uma manobra ardilosa

para colocar o divino ao nosso serviço.

Não são as palavras nem os ritos que são mágicos,

nem as quantidades de tempos ou de palavras

que nos transformam em pessoas melhores.

A oração tampouco é um dever,

ela é antes uma necessidade vital

que ilumina o caminho, alimenta a esperança

e ensina a fraternidade e o amor.

 

Querido Pai de Jesus e nosso Pai,

bendito sejas porque acolheste os que o teu Filho Te deu

e purificou com o seu sangue como teus filhos.

Eis-me aqui, Senhor, indigno de tal dignidade,

para Te louvar e amar, e escutar a tua vontade.

Espírito Santo, envolve-nos neste oceano de amor,

e ensina-nos a confiar e a perdoar,

adotando como Jesus todos os que nos deste como irmãos.

Senhor, dói-me a guerra e a indiferença,

que mata e exclui a fraternidade no mundo.

Livra-nos do mal e da desesperança!



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